A Clarice tem esse efeito: faz a gente “vomitar” sentimentos... Por mais escondidos ou esparços que possam "parecer" estar a uma primeira olhadela, uma boa dose de Clarice sempre ajuda a romper barreiras e mandar tudo pra fora...
Teorias filosófico-medicinais: coloca pra fora!
Como se fosse tããão fácil assim...
Então, toma-lhe umas doses de Lispectorante... Nada melhor!
Então escrever é o modo de quem tem a palavra como isca: a palavra pescando o que não é palavra. Quando essa não-palavra – a entrelinha – morde a isca, alguma coisa se escreveu. Uma vez que se pescou a entrelinha, poder-se-ia com alívio jogar a palavra fora. Mas aí cessa a analogia: a não-palavra, ao morder a isca, incorporou-a. O que salva então é escrever distraidamente.
Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas o que é passível de fazer sentido. Eu não: quero é uma verdade inventada...
(Água Viva - Lispector...)