07 dezembro 2006

...mais um!






...ele não falava inglês muito bem porque não havia saído de Chinatown desde que viera de Taiwan, pois não tinha nenhum motivo para fazer isso. Durante todo o tempo que conversei com ele, imaginei que havia água do outro lado da janela, como se estivéssemos dentro de um aquário. Ele me ofereceu uma xícara de chá e eu não estava muito a fim, mas bebi do mesmo jeito, só por educação. Perguntei se ele realmente amava Nova York ou se estava apenas vestindo a camiseta. Ele sorriu, como se estivesse nervoso. Deu pra ver que ele não havia entendido, o que por algum motivo me fez me sentir culpado por falar inglês. Apontei para a sua camiseta "Você. Realmente. Ama. Nova. York?" Ele disse "Nova York?" Eu disse "Sua. Camiseta." Ele olhou para a camiseta. Apontei para o N e disse "Nova", depois para o Y e disse "York". Ele pareceu ficar confuso, ou envergonhado, ou surpreso, ou talvez até mesmo brabo. Eu não sabia dizer o que ele estava sentindo porque não falava a língua de seus sentimentos. "Eu não saber ser Nova York. Em chinês, ny querer dizer 'você'. Eu achar ser 'Eu amo você'."

Foi então que notei o cartaz na parede e a bandeira em cima da porta, e os panos de prato , e a lancheira sobre a mesa da cozinha.

Perguntei "Bem, então por que você ama tanto todo mundo?"


Extremamente alto & Incrivelmente perto
SAFRAN FOER